quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Uniformologia Militar Portuguesa.11 Conclusões

Conclusões.

O primeiro ponto comum no período que vai do Antigo Regime à Regeneração, traduziu-se pela constante adopção de figurinos externos, normalmente de potências militares que estivessem na moda. Portugal tendeu a seguir, com pequenas modificações, os figurinos militares em predominância nas respectivas épocas, à excepção de 1892, em que se tentou criar um estilo nacional, embora mantendo ligações a cânones estrangeiros. Assim foi de 1848 a 1869, com a introdução progressiva do ideário uniformológico francês, reflexo do poder militar do II Império.
Se, na segunda metade do século XIX, se adoptaram figurinos externos através dos planos de uniformes de 1848, 1856, e 1869, a sua implementação não foi linear, nem frequentemente bem definida. As sucessivas alterações ou modificações após cada plano de uniformes demonstram que o experimentalismo, que seria necessário antes de um novo sistema de fardamentos, se verificava a posteriori, e em vez de se verificar em unidades restritas, aplicava-se globalmente ao exército. Assim era difícil prever quais as deficiências a surgir na relação homem-uniforme.
Surgiram vários factores negativos, como a má qualidade dos lanifícios, que precipitavam o prematuro desgaste dos uniformes, a deficiente e a inadequada concepção daqueles, provocando o desconforto no soldado quando solicitado para os rigores das manobras e dos exercícios. As tinturarias de fraca qualidade, que aceleravam a má aparência dos fardamentos, podiam criar duas situações: uma que se traduzia num exército mal fardado e com mau aspecto, outra que para evitar a primeira obrigava à reposição constante dos artigos de fardamento. Tal situação pesava economicamente nos ministérios e arsenais, que se viam obrigados a destinar orçamentos para contratos de fornecimentos de têxteis e para a confecção contínua de materiais de fardamentos de curta duração ou desgaste precoce. Também pesava economicamente na bolsa individual do militar, já que, se os artigos de uniforme se degradassem ou se inutilizassem antes do tempo previsto, a sua reposição era feita a expensas do usuário. Por isso as tropas tendiam a poupar ao máximo os fardamentos, principalmente a nível do grande uniforme, realizando quase todos os serviços em pequeno uniforme ou no uniforme de faxina em brim. Ficava o grande uniforme remetido às solenidades ou às grandes formaturas cerimoniais, resumindo-se a ser usado poucas vezes durante o ano, acabando por criar uma imagem de mera fachada, pois era suposto que o conceito de grande uniforme, em termos gerais, acumulasse as funções cerimoniais e a possibilidade de ser usado em campanha como sucedia em outros exércitos. Tal não acontecia, tendo o soldado português exercido as suas funções, durante quase cinquenta anos, em jaqueta, barrete de caserna e calça de mescla ou de brim.
A paz interna e a não ingerência em conflitos externos nunca propiciou a aplicação real dos figurinos uniformológicos adoptados para Portugal ao longo da segunda metade do século XIX.
Outra grande problemática que rodeava o atribulado panorama dos figurinos militares portugueses, mas com raízes mais fundas no tempo, prendia-se com os próprios comportamentos individuais e colectivos dos militares e o seu posicionamento perante a sua instituição e a sociedade.
Verificamos que foram necessários numerosos decretos coercivos e abrangentes a todos os postos hierárquicos, obrigando a um maior uso do unifome e ao seu correcto atavio. Pelo lado dos oficiais, era visível que estes, fora da unidade, se trajavam à civil, parecendo querer quebrar socialmente os seus elos com a instituição. Isto parece denotar falta de motivação, descontentamento pela sua situação e pressões externas de um provável estigma de desvalorização social, corrente contrária à de outros países, onde a instituição militar era altamente valorizada, o que nos leva a um ponto de reflexão sobre a aceitação do exército perante a sociedade civil portuguesa na segunda metade do século XIX.
Ao nível dos sargentos e praças, a questão da aparência poder-se-ia ligar a uma certa resistência passiva aos sistemas viciados de recrutamento, às lacunas na aplicação das normas de disciplina individual e colectiva, no que diz respeito aos hábitos de higiene, atavio e saúde, que deficientes sistemas uniformológicos não ajudavam a melhorar. A frequente má qualidade dos fardamentos protegia mal o soldado das inclemências do tempo e do terreno, para além das más confecções dos uniformes, calçados e correames lhes transformarem o quotidiano em suplício, principalmente nos exercícios e nas manobras.
A Regeneração pretendeu pacificar o exército, dimensionando-o para uma missão de defesa nacional, mas não conseguiu erradicar alguns hábitos anteriores, permanecendo a instabilidade estrutural e de organização, situação que afectava a própria estrutura uniformológica, e criava toda a série de problemas que pudemos observar ao longo destes capítulos. A indefinição de objectivos específicos, o seguir das modas contra as especificidades e exigências das realidades do soldado português, a falta de controlo e selecção dos materiais, confecção e acabamentos dos fardamentos, as lacunas disciplinares e culturais existentes em muitos sectores do exército, as más condições de vida e económicas do militar, são alguns dos vectores que vão acompanhar a evolução do uniforme nesta época. Este panorama negativo foi amplamente tratado e denunciado por jovens oficiais, uns identificados e outros não, através de vários artigos publicados na Revista Militar e, sem dúvida, em outros tipos de publicação ou imprensa. Estes oficiais, afastados dos ministérios e de estados maiores de salão, contactavam com a realidade próxima das casernas e condições de vida dos soldados, constatando a inadequação, o desconforto ou a má qualidade de muitos dos fardamentos fornecidos. Alguns chegariam a denunciar situações em que os praças, para poupar os seus uniformes (grande e pequeno) andavam pelas casernas em “camisa e ceroulas”, sendo de calcular a vulnerabilidade destes homens às doenças, à falta de salubridade, para além dos seus muito reduzidos hábitos de higiene pessoal.
Estas variadas situações não implicavam que os planos de uniformes fossem de aparência anacrónica. De facto, em 1856 e 1869 os figurinos adoptados estavam estatisticamente de acordo com as modas militares da época, apesar das constantes dificuldades apresentadas pelas reorganizações do exército.
Não pensamos que este panorama fosse exclusivo do Exército Português, pois outros exércitos, grandes ou pequenos, teriam com certeza sofrido destes tipos de problemas, em maior ou menor escala.
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FIM

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